6.12.25

A DIFUSÃO DA ENERGIA ESPIRITUAL - C. w. Leadbeater


Os Excelsos Seres aproveitam a oportunidade oferecida pelas cerimônias de todas as grandes religiões para difundir sua energia sobre o mundo, nos planos inferiores, e deste modo estimular no maior número possível de seres humanos o crescimento espiritual de que cada qual seja capaz.

Mas os Mestres não fazem isso apenas em conexão com as cerimônias religiosas, mas sim se utilizam de toda oportunidade que se ofereça. Se há uma reunião de pessoas sob a influência da devoção, animadas dos mais nobres e elevados pensamentos, uma tal reunião oferece aos Adeptos uma rara oportunidade de que Eles logo se utilizarão, pois forma um foco que podem empregar como um canal de influência espiritual.


Quando as pessoas estão espalhadas e vivendo em seus lares, assemelham-se a certo número de fios separados pelos quais só pode fluir, em cada um, apenas uma reduzida energia, mas quando se reúnem em assembleia, é como se estivessem combinadas para formar uma espécie de tubo pelo qual se pode verter um fluxo muito maior de bênção do que o que poderia descer através de fios separados.

Na cidade santa de Varanasi, na Índia, observei congregados um milhão de peregrinos, a maioria constituída de pessoas supersticiosas, mas no momento cheios de devoção concentrada num só ideal. A massa devocional gerada por tão enorme multidão é quase incalculável, e os Adeptos nunca perdem a oportunidade de utilizá-la para o bem.

A verdadeira devoção encontra sempre plena e cordial resposta, quer o objeto da devoção seja ou não o que o devoto crê ser. A devoção é a coisa real, a única coisa que importa, e deve receber, e recebe, a resposta real que merece.


6.11.25

ENSINAMENTOS TEOSÓFICOS - C. Leadbeater

 

Ter obediência das crianças pelo medo gera um efeito desastroso no caráter.

Tens muito que aprender e podes errar. Fala, pois, com modéstia.

Influenciamos os que nos rodeiam com o exemplo. Por isso temos de cuidar do que dizemos e fazemos.

É impossível saber o nível de evolução de uma pessoa no plano físico. Causas cármicas podem ter produzido uma personalidade relevante, cujo ego esteja moderadamente desenvolvido, ou ainda determinar personalidade deficiente de um ego bastante evoluído.

Cores na aura: preto (ódio), vermelho (cólera), vermelho escuro (desejo sensual), marrom claro (avareza), cinza escuro (egoísmo), cinza claro (medo), verde sujo (falsidade), verde brilhante (simpatia, compaixão, dom artístico), rosa (afeição), azul (devoção, espiritualidade), laranja escuro (orgulho, ambição), amarelo (intelecto), amarelo sujo (intelecto voltado ao egoísmo), branco (poder espiritual).

Aonde vamos estamos rodeados de anjos, espíritos humanos e da natureza. Os bons pensamentos nos atrairão as melhores dessas várias ordens e estaremos em todo lugar rodeados de benéficas influências.

A árvore manifesta simpatias e se alegra com a presença dos que aprendeu a amar ou com quem tenha vibrações simpáticas.

Uma pessoa com falta de vitalidade a extrai de corpos alheios; por isso nos sentimos fracos e esgotados após algum tempo com essas pessoas. 

O exercício físico reage sobre os corpos astral e mental, e pensamentos sensuais e depressivos se distanciam. 




29.9.25

APRENDA A SER TRANQUILO - Robert Adams

 

A noite passada recebi um telefonema de Santa Cruz, de uma senhora que leu uma de minhas palestras. E ela me disse, "Robert, durante 25 anos li sobre Advaita Vedanta. Li tudo que há para ler, cada livro. Sento-me em meditação quatro vezes por dia. Viajei o mundo todo, encontrei-me com todos os sábios, vi todos os lugares sagrados, mas nada aconteceu.”

Eu lhe disse, "Você está fazendo tudo ao contrário. Quanto mais lê, mais conhecimento tem. E quem ganha com isso? O ego. Cada livro que você lê lhe dá mais inteligência. Quem tem inteligência? O ego. Cada vez que pensa que tem de meditar, é o ego que está meditando. O Eu tem que meditar? Todos os gurus que você viu, tudo que fez a colocou no passado. Não no futuro, mas no passado."

A ideia da Advaita Vedanta é remover tudo que aprendemos. Não adicionar. Não adicionar conhecimento novo ao conhecimento velho, mas sim tornar-se como uma criancinha. Não desejamos saber algo, desejamos nada saber. Como saber nada, quando se está lendo e lendo, ou passando a vida meditando?

Que meu EU DIVINO se manifeste em tudo que faço – Trabalhadores da Luz

Quando você busca novos mestres todo o tempo, está enchendo a si mesmo com conhecimento, e mais conhecimento. A única coisa que pode lhe acontecer é tornar-se uma enciclopédia ambulante. Será capaz de citar aforismos, sutras e livros sagrados, e terá muito a dizer. Este é o erro que muitos fazem.

Um verdadeiro aspirante espiritual dificilmente tem algo a dizer. Não existe ninguém para debater. Ninguém para dizer, "Eu estou certo, ou você está certo. Isso é certo e isso é errado." Um verdadeiro aspirante espiritual é muito quieto, muito tranqüilo. Ele não cria ondas, mas observa, olha e nada faz. Tudo que tem de ser feito será feito por ele.

É tão fácil viver assim. É tão fácil estar tranquilo e permitir que o poder que conhece o caminho mova você na direção correta, guie você. Você não precisa levantar um dedo.

Pare de lutar contra si mesmo. Deixe em paz a si mesmo. Desenvolva gentileza amorosa, compaixão. Tudo é maya, e maya também é bela. Não odeie maya. Trabalhe com maya não reagindo às coisas, mas desfrutando sua beleza, seu amor e sua paz. Tudo pode ser um sonho, mas desfrute o sonho. Pegue as coisas boas do sonho e pense nelas. Ignore as coisas más.

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Aprenda a ser tranquilo. Quando digo, "Aprenda a ser tranquilo", não estou me referindo para meditar. Quando você medita, há um objeto e um sujeito. Quando digo para ser tranqüilo, apenas seja tranqüilo, quieto. Pense em todo o barulho que alguns de vocês fizeram esta manhã ao se levantarem: a conversa, os argumentos, a tagarelice mental.

Diga a sua mente "Fique quieta!" Quando ela começar a tagarelar, diga, "Fique quieta!" Quando ela começar a dizer todo tipo de coisas sobre alguém, diga, "Fique quieta!" Quando ela trouxer coisas do passado, diga, "Fique quieta!" Isso é tudo que você tem que fazer.

Você é o poder. Você pode aquietar a mente se realmente quiser, apenas dizendo que ela fique quieta. Não há absolutamente nada neste mundo que possa excitá-lo.

28.7.25

A BUSCA DO AMOR NA SEXUALIDADE - Elisabeth Haich

 É um equívoco perigoso buscar amor em sexualidade oca e tentar substituir o amor pela sexualidade. É bastante natural, digamos, às mulheres a quem jamais foi dada a mais pálida expressão de amor por seus apáticos, desinteressantes e desinteressados esposos “mortos”, acreditarem que os indícios de ternura mostrados por um marido interessado na mulher no breve período da excitação sexual constituem amor. E portanto é natural quererem copular com eles tantas vezes quantas eles quiserem.

Isto não é porque elas estejam interessadas primariamente no coito, como tal, mas sim porque anseiam por uma migalha de amor. Se ele as desaponta, e surge uma oportunidade – o que quase sempre acontece! – então elas tentam obter amor de outro homem e experimentar a sexualidade integral. No mais das vezes, não o fazem a não ser por frustração física. O corpo deseja gratificação sexual muito menos frequentemente do que se imagina!

Os homens almejam que as mulheres os considerem e admirem como a suprema manifestação divina, como homem. Se um homem não logra obter este reconhecimento em casa, certamente encontrará outra mulher que lhe pagará o tributo de admiração e, depois, comumente, ele aparenta só ter querido sexo.


Tanto o homem como a mulher buscam o amor de seu amante, mas equivocam-se ao crer que isto é recebido deste “outro” parceiro. Encontram-se secretamente, em estado de excitação sexual, porque sempre esperam um intercurso sexual. E a sexualidade imita o amor. Compele à ternura e abraços, força os amantes à carícia recíproca, a amenizarem mutuamente seus sofrimentos através das revelações de sexualidade tal como quando o amor verdadeiro é permutado.

Que se segue com experiências assim? Desapontamentos, uma amarga ressaca, acusações mútuas ou solidão glacial, e no caso da mulher, comumente uma sensação desesperada de exploração e aviltamento. Ambos não deram amor verdadeiro, mas tão-somente esperaram recebê-lo, portanto nenhum o recebeu!

Jamais o amor é substituído por sexualidade oca, puramente física! E a humanidade anseia enlanguescer por amor! Estas incalculáveis pobres almas jovens, que ainda são menos do que crianças, e que em grande parte, por causa do modo “civilizado” de vida não ser mais conducente ao amor, talvez carentes de amor dos pais, entregam-se às aventuras de excessos sexuais, porque buscam o amor!

A multidão de “mal-amados”, jovens e adultos, só pode curar-se por meio do amor e não por intercurso sexual humilhante ou na tentativa de libertá-los das inibições sexuais e persuadindo-os a levar vida sexual dissoluta, promíscua e indiscriminada.

Quantas dessas pessoas, jovens e adultas, aspiram a um conselho acerca de como recuperar sua pureza física e espiritual, após um tal irresponsável tratamento psíquico. Se alguém lhes acena com um pouco de amor e compreensão, elas ressuscitam curadas e prontas a se tornarem membros úteis da sociedade.

Não nos deparamos com uma destas pessoas que sofreram “repressão” ou “trauma” resultantes de sua pureza. Por pureza entende-se não apenas uma vida de abstenção amorosa, mas também uma vida sadia baseada no amor.

Depois do impulso para falsa concepção de liberdade, a extrema “permissividade” e falsa concepção de “liberdade” sexual, provocadas pela “repressão” e o “trauma”, tentemos fixar o pêndulo no meio e chegar a uma concepção normal de sexualidade.


13.6.25

O DEVOTO DE SUBRAHMANYA - T. Kanakammal


Certo dia, um visitante veio ao ashram de Sri Ramana Maharshi. Desde jovem, ele tinha sido um devoto do Senhor Subrahmanya (*) e tinha sido fiel em seguir todas as práticas recomendadas nas escrituras quanto à adoração dessa divindade.

Esse senhor entrou no salão e dirigiu-se a Bhagavan assim: “Oh Swami, toda minha vida desde a infância, devotei-me ao Senhor Subrahmanya e ainda, após todo esse tempo, não fui abençoado com sua visão.” Bhagavan ficou sentado em silêncio, simplesmente fitando o devoto em sua frente.

Enquanto isso o poeta Muruganar estava sentado ali perto, ouvindo tudo. Normalmente Muruganar nunca falava e nem tomava conhecimento de quem entrava, muito menos de visitantes ocasionais. Mesmo quando outros devotos o desafiavam, incitavam ou tentavam inflamá-lo, ele simplesmente permanecia quieto.


Mas nesse dia foi diferente. Ao ouvir os apelos do homem, Muruganar o interrompeu e com as mãos levantadas, enfaticamente, dirigiu-se em direção a Bhagavan e disse: “Você esperou até hoje para ver o Senhor Subrahmanya. Veja, caro senhor, o dia pelo qual você esperava chegou!”

Então sem a menor hesitação, apontou em direção a Bhagavan, que se reclinava no sofá, e com palavras que pareciam cortar o próprio ar, gritou: “Quem mais você pensa que está aqui na sua frente? Você não pode ver o Senhor sentado bem aqui na sua frente?”

Como que em resposta a um anseio que durou toda a vida daquele devoto, a forma de Bhagavan evidentemente se transformou aos olhos do visitante e brilhou como o Senhor Subrahmanya.

O homem ficou parado, sem palavras, petrificado. Então começou a esfregar seus olhos como que para se assegurar de que o que estava vendo era real e não uma ilusão visual. Finalmente com os olhos arregalados, boquiaberto e maravilhado, abundantes lágrimas começaram a cair por suas faces. Sua voz tremida e entrecortada gritou em meio a todos ali: “Sim, sim!”

Na tarde daquele dia, Muruganar foi visitado por aquele devoto. O homem se aproximou da residência de Muruganar com prostrações e outros gestos de agradecimento pelo papel que Muruganar teve naquela “visão miraculosa” do Senhor.


(*) Nota: Subrahmanya, filho de Shiva e Párvati, também é conhecido na Índia como Murugan, Kartikeya, Kumara, Skanda etc. Sempre jovem, Kartikeya é usualmente pintado com sua arma favorita, a lança, e seu veículo – o pavão. Na mitologia, ele é o chefe dos exércitos de Shiva, enquanto seu irmão Ganesha (ou Ganapáti) é o erudito, o removedor de obstáculos. Ganesha está mais ligado à Mãe Divina, Párvati, enquanto Kartikeya é mais próximo a Shiva.


4.6.25

UM DISCURSO SOBRE O SILÊNCIO (conto indiano)

 

Havia certa vez um grande rei que ouviu falar de um sábio que estava passando pelo seu reino, um sábio famoso por sua compaixão, seu grande amor e humildade. Ele não falava muito. O rei chamou seu conselheiro e disse, "Depressa, vá e encontre o sábio e traga-o aqui, para que possa nos dar uma palestra sobre espiritualidade."

O conselheiro obedeceu. Perguntou onde se achava o sábio e finalmente o encontrou. E disse ao sábio o que lhe pedira o rei. O sábio disse, "Não estou interessado." O conselheiro suplicou ao sábio que fosse ao palácio, disse-lhe que o rei lhe daria ouro, banquetes, belas mulheres. O sábio disse, "Sinto muito, não estou interessado."

Finalmente o conselheiro deixou o sábio e voltou ao rei, relatando o ocorrido. O rei ficou furioso e disse, "Quero que você volte e use de todos os meios para trazer o sábio aqui. Do contrário, cortarei sua cabeça." O conselheiro disse, "Está bem," e partiu.

E procurou o sábio. Quando o encontrou, caiu a seus pés e disse, "Mestre, suplico-lhe que vá e dê uma palestra sobre espiritualidade ao rei, ou ele cortará minha cabeça." O sábio, que era compassivo, disso, "Ok, eu irei. Prepare tudo. Darei uma palestra sobre o silêncio."

O conselheiro ficou muito feliz, retornou ao rei e contou o que aconteceu. O rei ficou muito alegre. Mandou seus servidores colocarem 300 cadeiras no salão real, convidou toda a corte, seus ministros com suas famílias. Centenas de pessoas compareceram.

O sábio apareceu no momento combinado. Sentou-se numa cadeira, virou sua cabeça vagarosamente para a direita, e vagarosamente para a esquerda, levantou-se e foi embora do palácio.

O rei ficou furioso. "Isto é um insulto," ele gritou. "Como pôde fazer isso comigo? Ele me insultou em frente de meus amigos. Por que foi tão desrespeitoso?"

O conselheiro disse, "Senhor, vós não entendestes? Ele disse que viria e daria um discurso sobre o silêncio. Que melhor maneira de dar um discurso sobre o silêncio do que ficar silencioso?"

Esta história nos mostra que no silêncio está o poder, no silêncio está a mais elevada verdade, no silêncio está a consciência pura. Quando falamos muito sobre espiritualidade, filosofia, a essência do ensinamento se perde. 


 

16.5.25

OS PRIMEIROS PASSOS PARA O EU SUPERIOR - Paul Brunton

 Embora muitos jamais alcancem o Ideal, isso não deve tolhê-los de lutar por atingi-lo. Ainda que seu progresso seja lento, terão a satisfação de saber que têm o rosto voltado para o destino correto.

Todo homem, ao estabelecer sua meta, pode fazer algum pequeno progresso em direção a ela durante o período de sua existência. Os benefícios e recompensas resultantes do avanço não são destituídos de valor. Se assim o fizer, conhecerá a satisfação de poder enfrentar o pior que porventura venha a suceder-lhe muito melhor do que se não o tivesse feito.

Os que consideram o autoaprimoramento como superior à sua capacidade, não deixem pelo menos de tentá-lo, hesitantes, passo a passo; qualquer tentativa será muito melhor do que cruzar os braços.

Se derem os primeiros passos paciente, perseverante, corretamente, estarão desse modo expressando seu interesse pelo Eu Superior, e o Eu Superior expressará então seu interesse por eles.

Pode dar-se que poucos cheguem algum dia a alcançar a meta, mas o certo é que muitos lograrão valiosos benefícios pelo simples fato de tentarem atingi-la. Muito embora jamais acreditem poder, um dia, erguer-se em pé no cume dessa meta nesta encarnação, poderão penetrar algo de sua formosa atmosfera. Até isso é de grande valia.

Finalmente, os que contemplam de longe a Busca, que encaram a meta como superior a suas forças, ainda podem estudar com proveito os ensinamentos e familiarizar-se com eles. Se tiverem fé nas idéias e as aceitarem com sinceridade, isto não deixa de ter algum benefício presente para eles, ao mesmo tempo que cava os alicerces do progresso em alguma existência futura.