Um
pássaro vivia numa árvore gigantesca. O pássaro representa o ser
humano, e toda vez que comia frutinhas doces da árvore ele ficava
animado e feliz e cantava. Mas quando a estação mudava, e as
frutinhas ficavam azedas, parava de cantar e ficava irado. Não somos
também assim? Quando as coisas estão do jeito que queremos dizemos
que somos felizes, porque estamos conseguindo o que queremos. Mas
quando algo não é do jeito que queremos, ficamos desapontados e
irados.
Um
dia o pássaro voava perto da raiz da árvore, e olhou para cima nos
galhos mais altos, lá no topo. E viu um enorme pássaro, belo,
brilhante, sorrindo e feliz. E o pequeno pássaro disse, 'Como eu
gostaria de ser igual aquele grande pássaro. Vou voar até lá em
cima e descobrir o que o faz feliz.' Não somos também assim? Nós
nos cansamos das condições da vida, e descobrimos alguma verdade
atrás da qual corremos. Mas olhe o que acontece.
Em
seu caminho em direção ao grande pássaro, quando o pequeno pássaro
havia percorrido um quarto do caminho voando, ele viu algumas
frutinhas deliciosas em um dos galhos. Ele então esqueceu o pássaro
grande, pousou no galho e começou a comer as belas e suculentas
frutinhas. Quando elas se acabaram, sobraram as frutas azedas. Então
ele ficou novamente desapontado.
Assim
também somos nós. No começo vamos em busca da verdade, em busca da
realidade. Mas se algo maravilhoso acontece conosco materialmente, ou
fisicamente, esquecemos de tudo. E dizemos, 'Vou em busca da verdade
mais tarde quando as coisas estiverem ruins para mim.' E nos
envolvemos em nossas experiências. Assim, quando o pequeno pássaro
ficou muito desapontado, ele se lembrou do grande pássaro. Olhou
para cima e ali ele estava de novo, sentado tão majestosamente no
último galho, translúcido, brilhando, feliz. E ele disse, 'Desta
vez vou direto para cima até o grande pássaro e vou descobrir seus
segredos.'
No
meio do caminho novamente ele viu um galho com lindas frutinhas e
esqueceu o grande pássaro mais uma vez. Assim como nós. Procuramos
a verdade, lemos livros, visitamos mestres. Mas digamos que ganhamos
na loteria, e temos um milhão de dólares. Quantos de nós
continuarão a procurar? Temo que não muitos. Nós nos perdemos nas
riquezas e o que elas podem comprar para nós, até que a doença
volta, ou seus parentes roubam seu dinheiro, ou as bolsas caiam, e
você fica desapontado. É como o pequeno pássaro comendo frutas
azedas. E então novamente ele se lembra do grande pássaro. Assim
somos nós. Quando as coisas vão mal, começamos a pensar em Deus.
Então
novamente o pequeno pássaro começou a voar para cima, até alcançar
três quartos do caminho, e então as frutas ficaram azedas
novamente. E ele ficou completamente desgostoso e disse a si mesmo,
'Estou cansado de frutas doces, cansado de frutas azedas. Estou
cansado de todo o jogo. Não me importo com nada que eu vir nesta
árvore novamente. Não importa o que eu vir nesta árvore, não fará
qualquer diferença. Vou subir direto ao grande pássaro.' E assim
somos alguns de nós. Quando levamos pontapés da vida, ficamos
determinados a terminar o caminho em busca da verdade.
Então
o pequeno pássaro começou a voar e chegar mais e mais próximo do
grande pássaro. Ele passou por todas as doces e belas frutas que viu
na árvore. E o grande pássaro se tornou mais e mais translúcido e
brilhante e belo e majestoso. E ele finalmente pousou bem no centro
do grande pássaro. E quando o fez, descobriu algo muito
interessante. Descobriu que ele era o grande pássaro o tempo todo.
Assim também acontece conosco. Quando finalmente despertarmos
perceberemos que sempre estivemos despertos, e que nunca houve um
tempo em que não estávamos, e nos tornaremos livres.
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