17.5.13

O EU INFERIOR E O EU SUPERIOR - Robert Adams



Um pássaro vivia numa árvore gigantesca. O pássaro representa o ser humano, e toda vez que comia frutinhas doces da árvore ele ficava animado e feliz e cantava. Mas quando a estação mudava, e as frutinhas ficavam azedas, parava de cantar e ficava irado. Não somos também assim? Quando as coisas estão do jeito que queremos dizemos que somos felizes, porque estamos conseguindo o que queremos. Mas quando algo não é do jeito que queremos, ficamos desapontados e irados.

Um dia o pássaro voava perto da raiz da árvore, e olhou para cima nos galhos mais altos, lá no topo. E viu um enorme pássaro, belo, brilhante, sorrindo e feliz. E o pequeno pássaro disse, 'Como eu gostaria de ser igual aquele grande pássaro. Vou voar até lá em cima e descobrir o que o faz feliz.' Não somos também assim? Nós nos cansamos das condições da vida, e descobrimos alguma verdade atrás da qual corremos. Mas olhe o que acontece.

Em seu caminho em direção ao grande pássaro, quando o pequeno pássaro havia percorrido um quarto do caminho voando, ele viu algumas frutinhas deliciosas em um dos galhos. Ele então esqueceu o pássaro grande, pousou no galho e começou a comer as belas e suculentas frutinhas. Quando elas se acabaram, sobraram as frutas azedas. Então ele ficou novamente desapontado.

Assim também somos nós. No começo vamos em busca da verdade, em busca da realidade. Mas se algo maravilhoso acontece conosco materialmente, ou fisicamente, esquecemos de tudo. E dizemos, 'Vou em busca da verdade mais tarde quando as coisas estiverem ruins para mim.' E nos envolvemos em nossas experiências. Assim, quando o pequeno pássaro ficou muito desapontado, ele se lembrou do grande pássaro. Olhou para cima e ali ele estava de novo, sentado tão majestosamente no último galho, translúcido, brilhando, feliz. E ele disse, 'Desta vez vou direto para cima até o grande pássaro e vou descobrir seus segredos.'

No meio do caminho novamente ele viu um galho com lindas frutinhas e esqueceu o grande pássaro mais uma vez. Assim como nós. Procuramos a verdade, lemos livros, visitamos mestres. Mas digamos que ganhamos na loteria, e temos um milhão de dólares. Quantos de nós continuarão a procurar? Temo que não muitos. Nós nos perdemos nas riquezas e o que elas podem comprar para nós, até que a doença volta, ou seus parentes roubam seu dinheiro, ou as bolsas caiam, e você fica desapontado. É como o pequeno pássaro comendo frutas azedas. E então novamente ele se lembra do grande pássaro. Assim somos nós. Quando as coisas vão mal, começamos a pensar em Deus.

Então novamente o pequeno pássaro começou a voar para cima, até alcançar três quartos do caminho, e então as frutas ficaram azedas novamente. E ele ficou completamente desgostoso e disse a si mesmo, 'Estou cansado de frutas doces, cansado de frutas azedas. Estou cansado de todo o jogo. Não me importo com nada que eu vir nesta árvore novamente. Não importa o que eu vir nesta árvore, não fará qualquer diferença. Vou subir direto ao grande pássaro.' E assim somos alguns de nós. Quando levamos pontapés da vida, ficamos determinados a terminar o caminho em busca da verdade.

Então o pequeno pássaro começou a voar e chegar mais e mais próximo do grande pássaro. Ele passou por todas as doces e belas frutas que viu na árvore. E o grande pássaro se tornou mais e mais translúcido e brilhante e belo e majestoso. E ele finalmente pousou bem no centro do grande pássaro. E quando o fez, descobriu algo muito interessante. Descobriu que ele era o grande pássaro o tempo todo. Assim também acontece conosco. Quando finalmente despertarmos perceberemos que sempre estivemos despertos, e que nunca houve um tempo em que não estávamos, e nos tornaremos livres.

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