8.4.13

A CENTELHA DIVINA - Ramatis

Essa luz íntima (no coração), que existe em nós todos, quer sejamos demônios ou anjos, é o cunho definitivo de nossa individualidade eterna, permanecendo como incessante atração para a fonte original que nutre e ilumina o Cosmo. É chama espiritual, indescritível, como garantia absoluta do "elo religioso" entre a criatura e o seu Criador; é a luz que realmente alimenta o nosso espírito em sua pulsação de vida eterna.
Todas as existências malignas e de crueldades, das quais já temos participado no pretérito das trevas de nossa ignorância, significam alguns punhados de fuligem atirados sobre a eterna e formosa lâmpada de luz imorredoura.
Não há alma absolutamente pervertida, pois, se assim fosse, justificar-se-ia a crença absurda e infantil no Diabo eterno! A alma nunca pode se libertar da divina centelha de luz, que pulsa na intimidade do seu ser e abala a sua personalidade inferior forjada no tempo e no espaço.
Assim como as almas benfeitoras, por qualquer descuido ou invigilância, podem entrar em contato com as zonas trevosas, os espíritos extremamente pervertidos também permanecem atentos e procuram endurecer os seus próprios ouvidos espirituais, a fim de não se deixarem vencer pela "voz silenciosa" que, no recesso de suas almas, os convida incessantemente para a gloriosa angelitude!
Mesmo no âmago da alma extremamente perversa, a lâmpada divina permanece eternamente acesa, impedindo o completo domínio das Trevas! É por isso que os mais terríveis malfeitores do Além terminam cedendo em sua rebeldia e crueldade, dobrando os joelhos, afogados pelos soluços de arrependimento, clamando por suas culpas e vencidos pela chama eterna do Espírito Universal que, no âmago de suas almas, consegue atravessar as sombras espessas e modificar-lhes a consciência para a realidade do espírito angélico.


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