A
face da criatura humana assemelha-se à tela cinematográfica
refletindo as sensações do filme; ali plasmam-se tanto os estados
de ventura, bondade e otimismo, como se refletem as subversões
íntimas e insistentes do ódio, da cupidez, da astúcia ou da
avareza.
O
semblante humano retrata prontamente as investidas emotivas da alma,
assim como registra os seus mínimos pensamentos. Quantas vezes não
tendes notado que os rostos das criaturas escravizadas ao vício e às
paixões aviltantes são parecidos à fisionomia de certas aves e
animais! O avarento, por exemplo, não é representado pela figura do
abutre, com o seu nariz adunco e os olhos com o brilho da rapina? O
homem lerdo e inexpressivo não o comparam ao boi, o astuto à
raposa, o cruel à hiena, o voraz ao lobo e o luxurioso à figura do
caprino?
Notai
que os extremos fisionômicos, da alegria e da dor, que em alguns
segundos podem se mostrar na mesma criatura, parecem retratar dois
indivíduos completamente diferentes entre si! O homem pessimista,
letárgico ou hipocondríaco sente dificuldade até para rir, pois é
de catadura conventual e aspecto desanimador, capaz até de perturbar
o sorriso da criança!
No
entanto, aquele que vibra sob o júbilo das atividades construtivas e
busca os bens superiores, aceitando a vida humana como um ensejo
educativo de libertação espiritual, imprime no seu rosto um cunho
estimulante e de simpatia, que a própria velhice custa a roubar das
faces!
Que
é isso tudo senão o resultado do próprio modo de a criatura pensar
e viver as suas emoções em contato com o mundo? O rosto apenas
reflete para a luz do mundo material aquilo que a alma já configurou
com prioridade no seu mundo astral e mental.
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