8.4.13

O QUE REVELA A FACE - Ramatis


A face da criatura humana assemelha-se à tela cinematográfica refletindo as sensações do filme; ali plasmam-se tanto os estados de ventura, bondade e otimismo, como se refletem as subversões íntimas e insistentes do ódio, da cupidez, da astúcia ou da avareza.

O semblante humano retrata prontamente as investidas emotivas da alma, assim como registra os seus mínimos pensamentos. Quantas vezes não tendes notado que os rostos das criaturas escravizadas ao vício e às paixões aviltantes são parecidos à fisionomia de certas aves e animais! O avarento, por exemplo, não é representado pela figura do abutre, com o seu nariz adunco e os olhos com o brilho da rapina? O homem lerdo e inexpressivo não o comparam ao boi, o astuto à raposa, o cruel à hiena, o voraz ao lobo e o luxurioso à figura do caprino?

Notai que os extremos fisionômicos, da alegria e da dor, que em alguns segundos podem se mostrar na mesma criatura, parecem retratar dois indivíduos completamente diferentes entre si! O homem pessimista, letárgico ou hipocondríaco sente dificuldade até para rir, pois é de catadura conventual e aspecto desanimador, capaz até de perturbar o sorriso da criança!

No entanto, aquele que vibra sob o júbilo das atividades construtivas e busca os bens superiores, aceitando a vida humana como um ensejo educativo de libertação espiritual, imprime no seu rosto um cunho estimulante e de simpatia, que a própria velhice custa a roubar das faces!

Que é isso tudo senão o resultado do próprio modo de a criatura pensar e viver as suas emoções em contato com o mundo? O rosto apenas reflete para a luz do mundo material aquilo que a alma já configurou com prioridade no seu mundo astral e mental.



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