8.4.13

AS LEMBRANÇAS DE VIDAS PASSADAS - Ramatis


As reminiscências das vidas anteriores se manifestam gradativamente e através de espontâneas associações de idéias, quando então certos acontecimentos da atual existência se afinam com alguns fatos semelhantes, já vividos no pretérito. Em tais momentos, as criaturas são dominadas por estranhas emoções e por efeitos misteriosos, que elas desconhecem em sua origem, mas "sentem" como exatos e vividos em outro tempo. 
 
         Assim é que, para certas criaturas, os sons vigorosos e sonoros do bater dos sinos, nos templos religiosos, podem associá-las inesperadamente a quaisquer acontecimentos importantes que já viveram noutras existências físicas e que se ligam a igrejas, catedrais, templos ou festividades religiosas, que tanto podem ter ocorrido em Roma, Paris, Budapeste ou Madri! 

      Doutra feita, os gritos, o vozerio e as imagens das multidões desordenadas acordam então na memória astral cenas idênticas, que se associam as lembranças subjetivas de movimentos belicosos, rebeldias, chacinas ou revoluções em que também tomaram parte em outras encarnações. 
 
      Da mesma forma, o perfume de determinadas flores, ou de algumas ervas odorantes e originais de países onde o espírito já viveu alguma existência mais impressionante, no pretérito, podem associar-lhe outros quadros importantes, embora não consiga defini-los com perfeita nitidez. O sândalo da Índia, as margaridas do Egito, as flores de cerejeira do Japão, os cravos da Espanha ou o almíscar da Ásia podem transformar-se em súbitos élans, associando a mente encarnada às paisagens ou às lembranças de acontecimentos vividos outrora.

         Em alguns casos, as cúpulas de edifícios exóticos, as paisagens estranhas, os filmes históricos, as músicas, canções, os vestuários ou os costumes pitorescos de outros povos atiçam reminiscências misteriosas na alma desprevenida, despertando-lhe a memória astral e superativando a imaginação sensível. 
 
        Quantas vezes encontrais criaturas que vos acordam lembranças ou reflexões estranhas, sem que possais descobrir os verdadeiros motivos que vos induzem a reconhecer, detrás daqueles corpos diferentes, alguém que já amastes ou que então odiastes em outro tempo!

         Há casos em que o homem maltrapilho, feio e rude, que encontrais pela primeira vez, consegue despertar-vos a simpatia que outro mais comunicativo e afidalgado não logra obter de vossa afeição! Sem dúvida, no primeiro caso é possível que estejais defrontando com o espírito amigo do querido progenitor ou filho do passado, enquanto que, no segundo, reconheceis no subjetivismo de vossa alma o adversário ou algoz que vos causou dolorosas atribulações e desesperos em vidas sucedidas anteriormente!



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