7.1.13

SEXO E SAÚDE - Divaldo Franco



Assexuado, o Espírito renasce numa como noutra polaridade, a fim de adquirir
experiências e compreensão de deveres, que são pertinentes a ambos os sexos. A
intrepidez masculina e a docilidade feminina são capítulos que dão ao Espírito
equilíbrio e harmonia. Dessa forma, em uma reencarnação pode o Espírito tomar um
corpo masculino e noutra um feminino, ou realizar um vasto programa de
renascimento em um sexo para depois começar os processos experimentais em outro,
sem qualquer prejuízo emocional para a sua estrutura íntima.

Fadado ao progresso, que é ilimitado, o Espírito deve vivenciar cada reencarnação enobrecendo as funções de que se constitui  seu corpo, de modo a desenvolver os valores que lhe dormem em latência.
Graças à conduta moral em cada polaridade, mais fácil se lhe torna, quando
edificante, escolher o próximo cometimento. No entanto, quando se permite
corromper ou desviar-se do rumo das suas funções, gera perturbações emocionais e
psíquicas que lhe impõem duros processos de recuperação, de que não se pode
furtar com facilidade.

A correta aplicação das forças genésicas propicia ao Espírito alegria de viver e
entusiasmo no desempenho das tarefas que lhe dizem respeito, constituindo-se
emulação para o progresso e a felicidade.

Nada obstante, o sexo é um dos capítulos mais complexos de algumas ciências
psíquicas, tais a Psicologia, a Psicanálise, a Psiquiatria, em razão das disfunções e dos desconsertos que ocorrem em muitas vidas como resultado das experiências atormentadas próximas ou remotas, que lhe geraram desequilíbrios e inarmonias, hoje refletidos em seu comportamento. Valiosos capítulos da Medicina são dedicados às psicopatologias sexuais, que se apresentam como aberrações morfológicas e psicológicas, levando o indivíduo a estados graves de conduta e de vida.

Eminentes estudiosos da sexologia vêm procurando desmistificar as funções sexuais, que a ignorância medieval vestiu de fantasias e de pecados, gerando perturbações emocionais muito graves nas criaturas humanas. Como decorrência da nobre proposta, a liberação sexual, exagerando as suas licenças morais, vem trazendo transtornos graves e desarmonias profundas em muitos indivíduos que vivem conflitivamente em razão das dificuldades para se adaptarem às exigências comportamentais do momento.

É natural que, num momento de transição de valores, campeiem o absurdo e o fantasioso, tentando adquirir cidadania moral, ao tempo em que empurram os cidadãos na direção do fosso da promiscuidade e do desespero, da fuga pelo tabaco, pelo álcool, pelas drogas aditivas, pela alucinação, pelo suicídio...

Torna-se indispensável quão imediata uma nova ética moral, a fim de que os valores nobres granjeados pela sociedade no curso dos milênios, não se percam no chafurdar das paixões e no desprestígio das instituições, como o matrimônio, a família, a castidade, a saúde comportamental, o grupo social...

O matrimônio e a monogamia são conquistas valiosas logradas pelo ser humano após torpes experiências de convivência doentia através dos tempos. Tentar reduzi-los a lembranças do passado, é uma aventura macabra cujas consequências são imprevisíveis para a própria sociedade.

Vive-se, na Terra, a hora do sexo. O sexo vive na cabeça das pessoas, parecendo
haver saído da organização genésica onde se sedia. Naturalmente, o pensamento é
força atuante e desencadeadora da função sexual. Reduzir o indivíduo apenas às
imposições reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo,
é transformá-lo em escravo de uma função pervertida pela mente e atormentada
pelas fantasias mórbidas.

O ser humano são os seus valores éticos, suas aspirações, seus sonhos, suas
lutas, suas grandezas e também aprendizagens dolorosas. Graças a todos esses
fenômenos do cotidiano, ele cresce e se aprimora, saindo dos limites em que se
encarcera para os incomparáveis voos da amplidão. Sitiá-lo no gozo sexual e asfixiá-lo nos vapores da libido perturbada, constitui agressão injustificável às suas conquistas emocionais, psíquicas e intelectuais, que lhe dão sabedoria para discernir e para realizar.

Progredindo sempre, o Espírito jamais retrograda no seu processo reencarnatório.

Nada obstante, em razão de conduta irregular pode estacionar, aguardando reparação dos erros graves cometidos, quando já não mais se deveria permiti-los. Nesse desenvolvimento intelecto-moral, vincula-se àqueles a quem ama ou de quem se distanciou pelo crime e pela iniquidade, experimentando o apoio dos afetos e a perseguição dos inimigos, que não o perdoam pelas ofensas de que foram vítimas.

É nesse campo de lutas que surgem as lamentáveis e dolorosas obsessões de graves consequências. O sexo, mal conduzido, em razão do envolvimento emocional e das dilacerações espirituais que produz em outrem, como naquele que o utiliza mal, abre campo para terríveis conúbios obsessivos, ao mesmo tempo que, praticado de forma vil, atrai Espíritos igualmente atormentados e doentes que se vinculam ao indivíduo, levando-o a processos de parasitose terrível e de difícil libertação.

Desvios sexuais, aberrações nas práticas do sexo, condutas extravagantes e
desarticuladoras das funções estabelecidas pelas Leis da Vida, geram perturbações de longo curso, que não se recompõem com facilidade, senão ao largo de dolorosas reencarnações expungitivas e purificadoras.

Tormentos da libido e da função sexual têm suas matrizes nos comportamentos
anteriores que o Espírito se permitiu, quando, em outras reencarnações, abusou da faculdade procriativa, aplicando-a para o prazer exorbitante, ou explorou pessoas que se lhe tornaram vítimas, estimulou abortamentos e se permitiu experiências perversas e anormais, ou derrapou nos excessos com exploração de outras vidas... Todas essas condutas arbitrárias fixaram-se nos tecidos sutis do perispírito, impondo necessidades falsas, que agora os pacientes procuram atender, ampliando o complexo campo de problemas íntimos.

O respeito e a consideração pelas funções sexuais constituem a melhor terapia
preventiva para a manutenção da saúde moral, assim como o esforço para a
recomposição do caráter, quando alguém já se permitiu corromper, ao lado da
terapêutica especializada, fazem-se imprescindíveis para a conquista da harmonia.

Ninguém se engane quanto aos compromissos do sexo perante a vida e cuide de não enganar a outrem. Cada um responde sempre pelo que inspira e pelo que faz.
O sexo não foi elaborado para o prazer vulgar, senão para as emoções superiores
na construção das vidas, ou para as sensações compensativas quando amparado
pelas dúlcidas vibrações do amor, mantendo a afetividade e a alegria de viver.

Reflexionar e agir de maneira correta em relação às funções sexuais é dever de
todo ser que pensa e que compreende a finalidade da existência humana.
Nesta hora de conturbação moral e de violência, de agressividade, de aberrações
sexuais, de descontrole geral e de sofrimentos de todo porte, cumpre-nos, a todos, somar esforços em favor dos princípios da dignidade humana e da honradez, do equilíbrio no comportamento e da educação das gerações novas, único meio de oferecer ao futuro uma sociedade menos conturbada e deslindada dos terríveis cipoais da obsessão.

À educação moral cabe a tarefa de construir um novo homem e uma nova mulher, que formarão uma nova e saudável sociedade para o porvir.







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