Assexuado,
o Espírito renasce numa como noutra polaridade, a fim de adquirir
experiências
e compreensão de deveres, que são pertinentes a ambos os sexos. A
intrepidez
masculina e a docilidade feminina são capítulos que dão ao
Espírito
equilíbrio
e harmonia. Dessa forma, em uma reencarnação pode o Espírito tomar
um
corpo
masculino e noutra um feminino, ou realizar um vasto programa de
renascimento
em um sexo para depois começar os processos experimentais em outro,
sem
qualquer prejuízo emocional para a sua estrutura íntima.
Fadado
ao progresso, que é ilimitado, o Espírito deve vivenciar cada reencarnação
enobrecendo as funções de que se constitui seu corpo, de modo a desenvolver
os valores que lhe dormem em latência.
Graças
à conduta moral em cada polaridade, mais fácil se lhe torna, quando
edificante,
escolher o próximo cometimento. No entanto, quando se permite
corromper
ou desviar-se do rumo das suas funções, gera perturbações
emocionais e
psíquicas
que lhe impõem duros processos de recuperação, de que não se pode
furtar
com facilidade.
A
correta aplicação das forças genésicas propicia ao Espírito
alegria de viver e
entusiasmo
no desempenho das tarefas que lhe dizem respeito, constituindo-se
emulação
para o progresso e a felicidade.
Nada
obstante, o sexo é um dos capítulos mais complexos de algumas
ciências
psíquicas,
tais a Psicologia, a Psicanálise, a Psiquiatria, em razão das
disfunções e dos desconsertos que ocorrem em muitas vidas como
resultado das experiências atormentadas próximas ou remotas, que
lhe geraram desequilíbrios e inarmonias, hoje refletidos em seu
comportamento. Valiosos capítulos da Medicina são dedicados às
psicopatologias sexuais, que se apresentam como aberrações
morfológicas e psicológicas, levando o indivíduo a estados graves
de conduta e de vida.
Eminentes
estudiosos da sexologia vêm procurando desmistificar as funções
sexuais, que a ignorância medieval vestiu de fantasias e de pecados,
gerando perturbações emocionais muito graves nas criaturas humanas.
Como decorrência da nobre proposta, a liberação sexual, exagerando
as suas licenças morais, vem trazendo transtornos graves e
desarmonias profundas em muitos indivíduos que vivem conflitivamente
em razão das dificuldades para se adaptarem às exigências
comportamentais do momento.
É
natural que, num momento de transição de valores, campeiem o
absurdo e o fantasioso, tentando adquirir cidadania moral, ao tempo
em que empurram os cidadãos na
direção do fosso da promiscuidade e do desespero, da fuga pelo
tabaco, pelo álcool, pelas drogas aditivas, pela alucinação, pelo
suicídio...
Torna-se
indispensável quão imediata uma nova ética moral, a fim de que os valores
nobres granjeados pela sociedade no curso dos milênios, não se
percam no chafurdar
das paixões e no desprestígio das instituições, como o
matrimônio, a família,
a castidade, a saúde comportamental, o grupo social...
O
matrimônio e a monogamia são conquistas valiosas logradas pelo ser
humano após torpes experiências de convivência doentia através
dos tempos. Tentar reduzi-los a lembranças do passado, é uma
aventura macabra cujas consequências são imprevisíveis para a
própria sociedade.
Vive-se,
na Terra, a hora do sexo. O sexo vive na cabeça das pessoas,
parecendo
haver
saído da organização genésica onde se sedia. Naturalmente, o
pensamento é
força
atuante e desencadeadora da função sexual. Reduzir o indivíduo
apenas às
imposições
reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo,
é
transformá-lo em escravo de uma função pervertida pela mente e
atormentada
pelas
fantasias mórbidas.
O
ser humano são os seus valores éticos, suas aspirações, seus
sonhos, suas
lutas,
suas grandezas e também aprendizagens dolorosas. Graças a todos
esses
fenômenos
do cotidiano, ele cresce e se aprimora, saindo dos limites em que se
encarcera
para os incomparáveis voos da amplidão. Sitiá-lo no gozo sexual e
asfixiá-lo nos vapores da libido perturbada, constitui agressão
injustificável às suas conquistas emocionais, psíquicas e
intelectuais, que lhe dão sabedoria para discernir e para realizar.
Progredindo
sempre, o Espírito jamais retrograda no seu processo reencarnatório.
Nada
obstante, em razão de conduta irregular pode estacionar, aguardando
reparação dos erros graves cometidos, quando já não mais se
deveria permiti-los. Nesse desenvolvimento intelecto-moral, vincula-se
àqueles a quem ama ou de quem se distanciou pelo crime e pela
iniquidade, experimentando o apoio dos afetos e a perseguição dos
inimigos, que não o perdoam pelas ofensas de que foram vítimas.
É
nesse campo de lutas que surgem as lamentáveis e dolorosas obsessões
de graves consequências. O sexo, mal conduzido, em razão do
envolvimento emocional e das dilacerações espirituais que produz em
outrem, como naquele que o utiliza mal, abre campo para terríveis
conúbios obsessivos, ao mesmo tempo que, praticado de forma vil, atrai Espíritos igualmente atormentados e doentes que se vinculam ao
indivíduo, levando-o a processos de parasitose terrível e de
difícil libertação.
Desvios
sexuais, aberrações nas práticas do sexo, condutas extravagantes e
desarticuladoras
das funções estabelecidas pelas Leis da Vida, geram perturbações
de longo curso, que não se recompõem com facilidade, senão ao
largo de dolorosas reencarnações expungitivas e purificadoras.
Tormentos
da libido e da função sexual têm suas matrizes nos comportamentos
anteriores
que o Espírito se permitiu, quando, em outras reencarnações,
abusou da faculdade procriativa, aplicando-a para o prazer
exorbitante, ou explorou pessoas que se lhe tornaram vítimas,
estimulou abortamentos e se permitiu experiências perversas e
anormais, ou derrapou nos excessos com exploração de outras
vidas... Todas essas condutas arbitrárias fixaram-se nos tecidos
sutis do perispírito, impondo necessidades falsas, que agora os
pacientes procuram atender, ampliando o complexo campo de problemas
íntimos.
O
respeito e a consideração pelas funções sexuais constituem a
melhor terapia
preventiva
para a manutenção da saúde moral, assim como o esforço para a
recomposição
do caráter, quando alguém já se permitiu corromper, ao lado da
terapêutica
especializada, fazem-se imprescindíveis para a conquista da
harmonia.
Ninguém
se engane quanto aos compromissos do sexo perante a vida e cuide de
não enganar a outrem. Cada um responde sempre pelo que inspira e
pelo que faz.
O
sexo não foi elaborado para o prazer vulgar, senão para as emoções
superiores
na
construção das vidas, ou para as sensações compensativas quando
amparado
pelas
dúlcidas vibrações do amor, mantendo a afetividade e a alegria de
viver.
Reflexionar
e agir de maneira correta em relação às funções sexuais é dever
de
todo
ser que pensa e que compreende a finalidade da existência humana.
Nesta
hora de conturbação moral e de violência, de agressividade, de
aberrações
sexuais,
de descontrole geral e de sofrimentos de todo porte, cumpre-nos, a
todos, somar esforços em favor dos princípios da dignidade humana e
da honradez, do equilíbrio no comportamento e da educação das
gerações novas, único meio de oferecer ao futuro uma sociedade
menos conturbada e deslindada dos terríveis cipoais da obsessão.
À
educação moral cabe a tarefa de construir um novo homem e uma nova
mulher, que formarão uma nova e saudável sociedade para o porvir.

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